O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, estabelecido no dia 20 de fevereiro, é um marco para o desenvolvimento de campanhas de conscientização da população sobre os riscos à saúde física e mental relacionados ao consumo de drogas ilícitas e lícitas, como o álcool. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a dependência desse tipo de substância é considerada uma doença e uma questão de saúde pública.
Para o médico do trabalho, o tema é um desafio no ambiente laboral, com ações de prevenção à saúde mental dos trabalhadores, através de campanhas educativas, e acompanhamento daqueles que convivem com o problema, indicando o tratamento necessário.
Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. O número mostra um aumento de 12% em relação a 2020, (356 mil).
Drogas Ilícitas
O 3º Levantamento Nacional sobre Uso de Drogas pela População Brasileira, de 2019, indicou que 4,9 milhões de pessoas usaram substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa, equivalente a 3,2% dos brasileiros. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Universidade de Princeton (EUA).
A droga ilícita mais consumida entre os pesquisados foi a maconha (7,7%), seguida pela cocaína (3,1%). O levantamento destaca outras drogas, como o crack, LSD, medicamentos, heroína, ecstasy, entre outros. Os dados considerados mais alarmantes no Brasil, no entanto, foram relacionados ao álcool.
Os números pós-pandemia da Covid-19 ainda não são conhecidos, mas estudos preliminares apontam para o aumento do consumo de drogas e álcool não só no Brasil, mas em diversos países.
Álcool
O 3º Levantamento apontou também que 2,3 milhões de pessoas apresentavam perfil para dependência de álcool no país, considerando a data da pesquisa.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o consumo de bebidas alcoólicas aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como o de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino e de mama. Para a prevenção à doença, não há como estabelecer níveis seguros de ingestão, como destaca o Instituto.
De acordo com pesquisas da Organização Pan-Americana (Opas) foram registradas, em 2018, mais de 300 mil mortes nas Américas ocorreram devido ao consumo excessivo de álcool e 64% das vítimas têm menos de 60 anos. O alcoolismo é associado a mais de 200 problemas de saúde e lesões, entre doenças hepáticas, doenças cardiovasculares e outras.