Radioproteção e Cuidados com o Trabalhador foi o tema das palestras realizadas pela ABMT no dia 27 de junho. A física médica Dra. Gabriella Montezano e a diretora financeira da entidade, Dra. Laura Campello, destacaram a importância da adoção de medidas protetivas para reduzir a exposição dos trabalhadores que atuam em ambientes com elementos radioativos.
Na abertura do evento, a diretora técnico-científica da Associação, Dra. Nadja Ferreira, pontuou que o Brasil tem conhecimento avançado sobre o assunto e que o trabalho dos médicos do trabalho demanda algumas medidas, como o laudo de um físico médico para condução do trabalho, além da atuação de um engenheiro de segurança, conforme estabelece a nova NR 1.
Em seguida, Dra. Gabriella Montezano explicou os conceitos básicos do tema, como o que é radiação, seus tipos, elementos radioativos e a exposição ocupacional aos mesmos e seus efeitos no corpo humano, que podem ser diretos, indiretos, físicos, biológicos ou químicos. Segundo ela, os casos são mais comuns entre pilotos de avião e comissários de bordo.
Para proteger os trabalhadores adequadamente, ela indicou acompanhar organizações nacionais e internacionais sobre o tema, assim como documentos de prática de proteção para prevenir os efeitos da exposição, que podem ser doenças como catarata, câncer ou causar efeitos hereditários. Entre os documentos brasileiros sobre medicina nuclear, ela mencionou as Instruções Normativas da Anvisa para manuseio de cada equipamento hospitalar ou procedimento e as RDC 330/2019 e RDC 611/2022.
Nas equipes dos hospitais, ela destacou a importância da classificação das áreas próximas a equipamentos com material nuclear, assim como a definição dos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE), que devem ser conscientizados sobre essa circunstância e os procedimentos relacionados a isso, como a monitoramento individual da exposição, uso adequado de EPIs e treinamentos para reduzir acidentes e exposições.
Dra. Laura Campello realizou a apresentação seguinte, destacando a vivência dos médicos do trabalho sobre a proteção radiológica. Ela também ressaltou a importância do trabalho do físico junto ao SESMT para ter uma orientação adequada, identificar os IOEs e realizar o monitoramento efetivo dos mesmos, fazer o controle de qualidade dos EPIs, entre outras atribuições.
No contexto de um hospital, a palestrante pontuou as áreas com maior exposição, como a radiologia intervencionista, textos legislativos que tratam do assunto, como as NRs 15 e 16, além dos protocolos de acompanhamento dos profissionais, como realização de hemograma semestral com protocolo de investigação de leucopenias e análise comparativa do histórico de leucócitos. Ela pontuou que, como há profissionais que trabalham em mais de um local, os médicos só tem acesso a dosagem de exposição de um deles. Portanto, deve-se educar as pessoas a usarem os equipamentos corretamente, além do dosímetro, que deve ser trocados mensalmente.
A especialista também pontuou os tipos de blindagem existentes para cada local e procedimentos, assim como os procedimentos para descarte de material e eventuais acidentes com material nuclear.