Pesquisadores analisam o sofrimento psíquico de agentes penitenciários do estado do Rio de Janeiro e apontam os fatores a ele associados. Artigo de pesquisa, que está na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), foi publicado em julho.
A pesquisa avaliou 317 agentes penitenciários do estado do Rio de Janeiro, entre homens e mulheres, e constatou que 27,7% deles apresentavam sofrimento psíquico. Entre os sintomas apresentados pelos agentes, a dificuldade para dormir, o nervosismo e a tensão foram os mais frequentes.
Quanto aos possíveis fatores que desencadeiam o sofrimento psicológico destacam-se o relacionamento interpessoal entre os agentes e os presos, a sobrecarga de trabalho e as ameaças constantes.
Já o apoio social, o reconhecimento do trabalho, o bom relacionamento com os superiores e a prática religiosa foram apontados como agentes protetivos por esses profissionais.
Panorama nacional
Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), o sistema carcerário brasileiro passa por um momento de crise, que se agrava ainda mais com a superlotação das celas, as condições subumanas de encarceramento, rebeliões e conflitos entre facções rivais.
Os agentes penitenciários se veem inseridos nesse contexto perigoso e violento, participando de eventos estressantes e traumatizantes, ao garantir a segurança de todos no ambiente prisional, inclusive a dos presos.
O texto sugere que investir no desenvolvimento dos agentes penitenciários pode ser um fator de proteção para eles. “A formação continuada de profissionais pode ser considerada uma forma de apoio social que visa a melhoria de suas aptidões, a facilidade na forma de se comunicar, a melhoria na qualidade dos relacionamentos e que ainda pode promover atualizações no estudo sobre as legislações, tecnologias e exigências práticas para as atividades diárias”, concluem os autores.
Fonte: Fundacentro