Artigo publicado pela Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) estima a prevalência e os fatores associados à qualidade do sono ruim entre docentes de educação superior de uma universidade pública na Bahia. O estudo, com 423 professores e 408 respostas validadas, aponta prevalência de qualidade do sono ruim de 61,3%.
Os professores universitários apresentam como queixas mais frequentes: acordar com dor de cabeça (82,0%), dificuldade para adormecer (60,4%) e acordar cansado (59,3%). A qualidade de sono ruim está estatisticamente associada a manter mais de um vínculo empregatício, tempo irregular ou insuficiente para a prática de atividades de lazer, seis horas ou menos de sono, queixas de dores musculoesquelética e de cabeça, e alta exigência psicológica com baixo controle sobre o trabalho.
O estudo compara os resultados encontrados com outras pesquisas realizadas. “A proporção de docentes com alteração da qualidade do sono identificada neste estudo foi superior a das pesquisas conduzidas com docentes de educação do ensino médio de Poços de Caldas, (46,7%), do ensino fundamental e médio desenvolvido em Londrina (54,3%) e inferior à obtida no estudo com docentes de educação superior de Porto Alegre, com prevalência de 76,9%”, afirmam as autoras.
Outro aspecto discutido é a impossibilidade de atender, na carga horária semanal de trabalho docente, todas as demandas da docência do ensino superior. Além das aulas, há atividades de pesquisa e administrativas, exigências de produção acadêmica, pressões por aumento de produtividade, de desempenho e de competitividade, o que pode ter reflexos na saúde.
“A alta exigência no trabalho também se manteve associada à qualidade do sono ruim. Essa condição implica em alta demanda psicológica e baixo controle sobre o trabalho, consistentemente associado a diversos tipos de adoecimentos”, avaliam. As pesquisadoras concluem que ações de promoção de saúde para melhor qualidade do sono são necessárias e devem considerar, especialmente, o reordenamento das características e do contexto organizacional do trabalho docente.
Saiba mais
Leia o artigo “Qualidade do sono e fatores associados entre docentes de educação superior”.
Fonte: Fundacentro