Na última quinta-feira, 13 de agosto às 18h, a Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT) promoveu live abordando as estratégias de atenção e controle dos doentes crônicos nas empresas. Participaram dessa Roda de Conversa com a ABMT o médico do trabalho e gerente executivo em Saúde Suplementar, Dr. Guilherme Murta, e o presidente da associação, Dr. Gualter Maia.

No que diz respeito ao afastamento dos trabalhadores pertencentes aos grupos de risco frente a Covid-19, Dr. Murta chamou atenção para as constantes mudanças nos parâmetros dos enquadramentos diagnósticos dos casos que estariam dentro do grupo de risco.

Sugeriu que os médicos do trabalho tenham sua prática balizada pelas indicações do Ministério da Saúde, com atualização diária, uma vez que, as mudanças dos protocolos ocorrem com alta frequência.

“Uma das dificuldades do médico do trabalho neste momento de pandemia é a constante mudança de protocolo e indicações dos órgãos de saúde, tanto do Brasil quanto do mundo. Tratando-se  de uma doença nova, que ainda está sendo estudada, os protocolos para uma situação mudam de maneira sucessiva em um curto espaço de tempo. Minha sugestão é estar sempre alinhado com as diretrizes do Ministério da Saúde ao elencar pessoas em grupos de risco, e estar atento às constantes atualizações”, disse o médico do trabalho.

Segundo Dr. Murta, 40% da população brasileira possuem alguma doença crônica e, ao espelhar esse dado para a força de trabalho de uma empresa, há um grande número de trabalhadores com indicação de afastamento durante a pandemia do novo coronavírus.

Os médicos do trabalho podem estar sofrendo pressão das empresas devido à dificuldade de manejar esses afastamentos, mas a decisão de reavaliação de cada caso deve ser eminentemente técnica.

Para o gerente executivo em Saúde Suplementar, esta pressão não pode ser determinante no vai ou não fazer do médico do trabalho – ele precisa ter uma posição embasada na técnica e nos protocolos do Ministério da Saúde:

“Quanto maior o contingente de trabalhadores operacionais que não podem realizar suas tarefas em trabalho remoto, a pressão fica maior. Este é um momento no qual o médico do trabalho precisa ser ainda mais valorizado. O médico precisa se certificar como está o controle das doenças crônicas naquela população e ter clareza do que realmente acontece. Deve buscar entender com profundidade a doença, solicitar exames para ter parâmetros mais seguros para definir a gradação da doença daquele trabalhador. A partir de uma investigação para a classificação diagnóstico de gravidade, ele pode tomar a decisão se aquela pessoa com doença crônica é de risco ou não”.

Dr. Gualter e Dr. Murta também falaram sobre como realizar a coleta de dados para a gestão e a interface entre a Saúde Suplementar e a Medicina do Trabalho.

Dr. Murta ressaltou a ampla gama de atividades do médico do trabalho e, afirmou que, atualmente, muitas empresas utilizam os serviços da saúde suplementar para colocar in company médicos de família ou profissionais da operadora de saúde, que auxiliam na avaliação dos casos de fatores de risco relacionados às doenças crônicas.

A Roda de Conversa com a ABMT sobre estratégias de atenção e controle dos doentes crônicos nas empresas está disponível no perfil da Associação no Instagram (@abmt_rio). Clique aqui e confira a conversa na íntegra.