Os benefícios da amamentação e o incentivo das empresas ao aleitamento materno foram temas colocados em pauta na Roda de Conversa da ABMT, realizada no dia 5 de agosto e transmitida ao vivo pelo Instagram da Associação. O encontro foi conduzido pelos especialistas Dra. Távira Sucupira, médica do trabalho, pediatra e membro do Conselho Fiscal da ABMT, e pelo Dr. Fernando Akio Mariya, Senior Medical Manager da Procter & Gamble.

Dra. Távira destacou, no início da conversa, os principais benefícios para o bebê e para a mãe como resultado do aleitamento materno até os seis meses de idade do bebê. O leite materno, ressaltou a médica, garante nutrição completa e transfere imunidade para a criança. Bebês amamentados até seis meses adoecem menos e estão menos propensos a problemas de hipertensão, de diabetes e de obesidade na vida adulta. Também favorece a oclusão dentária normal, sem contar com um fator muito importante que é o contato emocional entre mãe e filho (a) nesse período tão importante do bebê, fortalecendo os laços.

Para a mãe que amamenta também há muitos benefícios, entre eles, a diminuição de câncer de mama e do câncer de ovário, destacou a pediatra em sua fala. Segundo observação da Dra. Távira, os médicos obstetras deveriam se preocupar não só com o momento da gestação, mas também orientar as mulheres e incentivarem a amamentação. “O ciclo produtivo não é só ter o bebê, é a gestação e a amamentação”, frisou a médica.

Dr. Fernando Akio Mariya, por sua vez, destacou a importância das empresas incentivarem o aleitamento em razão de todos os benefícios que proporciona, como os citados pela Dra. Távira, e essa ação de conscientização deve contar com iniciativas dos médicos do trabalho.

Durante sua exposição, o médico ressaltou que existe legislação que permite que as empresas cuidem melhor desse período pós-nascimento do bebê e citou o exemplo da ‘Empresa Cidadã’, prevista na Lei 11.770, regulamentada pelo decreto 7.052/2009, que possibilita que as empresas tenham benefícios se concederem não só os 120 dias prescritos na Constituição Federal e na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) – mas sim 180 dias de licença-maternidade.

Nesse cenário, a Empresa Cidadã vai além dos 5 dias de licença para o pai, previsto em lei, e concede 20 dias. Há também empresas, como a P&G, que oferecem a licença estendida de 55 dias. Fortalece o relacionamento entre pai e filho e não sobrecarrega a mãe. “Estar de licença não é estar de folga, muito pelo contrário”, pontuou o médico.

“A professora Távira falou que o contato com o bebê por mais tempo fortalece o relacionamento entre os dois e isso causa uma maior proteção da saúde mental de ambos, e o bebê também fica mais saudável. Por tudo isso é importante que se incentive o aleitamento materno nas empresas”, arrematou o manager da P&G, ressaltando ainda que o programa aumenta a produtividade nas empresas que o adotam. Dr. Fernando falou dos benefícios da instalação de salas de lactação e amamentação nas empresas e explicou que existe um manual no site do Ministério da Saúde dando todas as orientações para a sua abertura no local de trabalho.

De acordo com a pediatra, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) está empenhada em trabalhar em prol da conscientização das empresas sobre a importância do período pós-parto, com atenção para a amamentação e fortalecimento dos laços entre os pais e seus bebês. Ainda segundo a médica, a ABMT também tem um papel importante nesse esclarecimento. Ela destaca ainda que os benefícios não são apenas para as famílias, mas para toda a sociedade. “O leite materno é responsável pela perpetuação da nossa espécie”, conclui.

A live sobre “Os benefícios da amamentação e o incentivo das empresas ao aleitamento materno” pode ser acessada no perfil da ABMT no Instagram (@abmt_rio). Confira na íntegra aqui.