Servidores, terceirizados e estagiários da Fundacentro participaram, na quinta-feira, 11, do 2º ciclo de palestra e roda de conversa com a Cissp (Comissão Interna de Saúde do Servidor Público). Na ocasião, o tecnologista Leo Vinícius Maia Liberato palestrou sobre a “Relação entre mobilizações coletivas e saúde dos trabalhadores”.

Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, abre o evento com uma introdução sobre o palestrante. “O Leo Vinícius atua na Fundacentro há 11 anos. Ele tem uma produção bastante interessante e aberta sobre as ciências humanas, que interessa tanto à Fundacentro quanto para o campo da saúde do trabalhador”.

Durante a abertura, a pesquisadora também explica seu ponto de vista sobre saúde. “Muita gente acha que a saúde é uma questão biológica, e ela é considerada assim nas faculdades. Mas não, saúde é mais do que nunca uma questão política, uma questão social”.

Mobilização coletiva e a SST

Em sua palestra, Leo Vinícius apresenta alguns modelos e conceitos sobre o poder do trabalhador no local de trabalho, as formas de organização e um breve histórico sobre a força operária na Itália e suas reinvindicações.

“A força da mobilização coletiva dos trabalhadores, através dos sindicatos ou por fora deles, tem sido historicamente fator importante para melhorar o ambiente e as condições de trabalho”, esclarece o tecnologista.

Leo Vinícius explica que quanto maior a força dos profissionais no local do trabalho, menor a intensidade do trabalho e por sua vez, quanto menor a intensidade da execução da sua atividade, maior será a saúde e segurança dos trabalhadores (SST). “A intensidade de trabalho aqui, podemos definir como a quantidade de trabalho em uma unidade de tempo”.

Inclusive, existem estudos que mostram que as políticas socioeconômicas influenciam indiretamente as questões relacionadas aos acidentes de trabalho e à SST. “Existe uma propensão de que políticas de pleno emprego e políticas fiscais expansionistas tendam a ampliar a força dos profissionais no local do trabalho”, reforça Leo Vinícius.

Outro ponto que o especialista aborda são as fontes de poder dos trabalhadores. Entre elas, o associativo, originado da organização coletiva e o estrutural, conferido pela posição dos trabalhadores no sistema econômico.

Leo Vinícius também expõe sobre as lutas operárias italianas nos anos 60 e 70. Os enfrentamentos ocorridos nesse período foram considerados como o último ciclo de ascensão de lutas dos trabalhadores, em nível mundial.

“O que se viu nessas lutas é que a saúde estava relacionada ao controle do processo produtivo e ao poder dos trabalhadores em determinar a organização do trabalho. Não havia separação entre a luta pela saúde e a luta pelo controle do processo produtivo”, explica o tecnologista.

Fonte: Fundacentro